sexta-feira, 25 de junho de 2010

Matéria sobre lançamento do projeto Madeira Urbana no Restaurante Campinas Decor 2010

Revista Metropole 20/06/2010
Ninguém pensou nisso antes? 
Boa ideia: Campinas queima 15 toneladas de material orgânico proveniente de podas de árvores; arquitetos e engenheiros têm uma alternativa melhor

Todos os meses, Campinas queima 15 toneladas de material orgânico, resultante da extração e podas de árvores, roçadas e capinagem. O material é reprocessado para elaboração de adubo, utilizado em plantações da prefeitura e doado para obras comunitárias. Apesar da boa intenção do governo municipal, a queima, que libera grandes quantidades de gás carbônico (CO2) na atmosfera, contribui para a deterioração da camada de ozônio e ainda deixa de fora a possibilidade da reciclagem da madeira pelos setores de construção civil e da indústria moveleira. “A legislação de Campinas permite que a madeira, fruto de podas, cortes e demolição, seja reaproveitada, mas ainda falta uma regulamentação sobre o assunto. Por isso, ela vai direto para o aterro, para ser queimada”, afirma o engenheiro florestal Rodolpho Schmidt.

No ano em que o Brasil comemora queda de 70% no desmatamento da Amazônia, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e a questão ambiental pauta a agenda de governantes de todo o planeta, Campinas apresenta a sua contribuição à causa ambiental, por meio do projeto Madeira Urbana, lançado oficialmente na Campinas Decor.

O projeto prevê o reaproveitamento da madeira para confecção de móveis e objetos de decoração. “Isso evita a queima e o apodrecimento em aterros”, explica Schmidt. O Madeira Urbana conta com o respaldo da lei municipal 13.737/2009, sancionada em dezembro de 2009, de autoria do vereador Thiago Ferrari (PMDB), a pedido do próprio engenheiro florestal. O único entrave é a regulamentação, que ainda está em fase de estudo. “A lei contribui com o meio ambiente, beneficia e regulamenta o setor e ainda certifica a madeira”, enumera o engenheiro.

Além de cuidar da madeira que seria descartada, o projeto doa mudas para os moradores interessados em plantar árvores em suas calçadas ou quintais. Para isso, basta acessar o site www.madeiraurbana.com.br e solicitar um exemplar. Após a doação, um técnico do programa vai até o local especificado para registrar e confirmar o plantio da muda doada.

A certificação é outro ponto importante do programa. Cada peça pronta é identificada com selo e código para consulta on line no site. Através do código, é possível rastrear a história da madeira utilizada, obtendo informações e imagens das peças, como também das autorizações, datas e até mesmo o lugar exato onde se encontrava a árvore caída ou podada ou o local demolido que deu origem à madeira reaproveitada.

A madeira certificada pelo projeto possui ainda um selo que indica a quantidade de CO2 equivalente em madeira estocada na peça. Os cálculos para aferir este valor baseiam-se no volume, no peso e na densidade do material lenhoso.

Cada espécie de madeira tem uma capacidade diferente para fixar carbono; quanto mais densa, maior o estoque de CO2 por metro cúbico. “Usar madeira certificada é respeitar a história de uma árvore, que passa a ter uma nova existência. Para o meio ambiente é muito importante, pois ficará livre do carbono que seria jogado na atmosfera com a queima”, avalia Schmidt.

Responsabilidade ecológica é a chave de tudo

A certificação é o único modo de trabalhar com madeira legalizada no Brasil. Apesar do trabalho de ambientalistas, do governo e da legislação, a madeira ilegal ainda é largamente utilizada no País. Dados do Inpe mostram que, apenas na Amazônia, uma área equivalente ao estádio do Maracanã é desmatada a cada 6 meses. Para a arquiteta Juliana Boer, a certificação institui o senso de responsabilidade tanto para quem vende, quanto para quem compra. “A certificação informa a procedência da madeira. Você sabe que ela não veio de um desmatamento que possa estar depredando a natureza”, explica. Para Juliana, o projeto Madeira Urbana amplia o senso de responsabilidade e ainda proporciona a utilização do material de maneira completa. “O projeto prova que é possível trabalhar com madeira de forma sustentável. O que iria para o lixo poupa a derrubada de uma árvore”, avalia.

Desenho do material é a boa surpresa

As arquitetas Juliana Boer e Maira Del Nero assinaram o ambiente Restaurante da última Campinas Decor. Mesas, cadeiras, sofás, bancos e objetos de decoração foram construídos com madeiras provenientes de árvores podadas e mortas na cidade de Campinas, como sibipirunas, abacateiros, fícus e araucárias. A mostra revelou outra vocação para a madeira reaproveitada: o design.

Como funciona a nova proposta:

- A prefeitura extrai a árvore a pedido do morador, ou poda como manutenção.
- O projeto Madeira Urbana cede a muda adequada para substituir a extraída e monitora o plantio. A prefeitura cede 25 mudas como compensação pela extração.
- A madeira resultante da poda ou extração é certificada e pode ser comercializada.
- A certificação pode ser checada na internet com dados e fotos sobre a madeira.
- Fornecedores (madeireiras e indústria moveleira) compram a madeira.
- O consumidor final compra móveis e estruturas de madeira com atestado de procedência.

Entrevista do Cria Arquitetura para o jornal Correio Popular

Arquitetura sustentável, da planta à decoração
Na recepção, velhos batentes de madeira encontrados em caçambas de lixo tornaram-se charmosas banquetas 
 
A arquiteta Maira Del Nero com prêmios recebidos: preocupação ambiental vai desde a planta até a gestão da obra e a decoração
Fotos: Érica Dezonne/ESPECIAL PARA AAN

 Não era uma casa muito engraçada, tinha teto, tinha tudo. Não se trata de uma paródia da música de Vinícius de Morais, mas, se dependesse das arquitetas Juliana Boer e Maira Del Nero, essa moradia teria todas as exigências do proprietário e mais uma inovação: a sustentabilidade. As duas são sócias na Cria Arquitetura Sustentável, localizado no Guanabara, em Campinas é o único escritório do Interior do Estado a trabalhar com projetos de residências e estabelecimentos comerciais com preocupação ambiental, desde a planta até a decoração.

No local de trabalho das duas, montado num sobrado que foi construído na década de 30 para abrigar trabalhadores da antiga fábrica Chapéus Cury, quem chega já começa a sentir o clima que poderá ter na casa que pretende construir. Na recepção, velhos batentes de madeira encontrados em caçambas de lixo tornaram-se charmosas banquetas. Os móveis são de compensado ecológico, que, em vez de usar apenas madeira e cola, têm a parte interna preenchida com papelão reciclado, o que facilita a degradação na hora do descarte.
Se na casa do poeta não dava para dormir por falta de rede, no escritório da Cria, os estofados e  as almofadas que dão o charme e o aconchego da decoração foram produzidas com algodão ecológico ou fibras naturais, como as da bananeira. Na mesa, comprada num brechó — mas não por isso velha ou antiestética —, as duas contam suas experiências. Elas se conheceram na faculdade, na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), e foi lá que tiveram as primeiras aulas sobre reaproveitamento de materiais. 
Em 2003, as sócias montaram o escritório e, três anos depois, foram as primeiras a apresentar numa feira de arquitetura e decoração um ambiente construído a partir das ideias de sustentabilidade. O banheiro, que tinha reaproveitamento de água e dispositivos de economia, chamou a atenção, mas foi interpretado por muita gente como algo que não vingaria. 

Reconhecimento
Um prêmio nacional recebido no mesmo ano, no entanto, colocaria as duas nacionalmente na mídia especializada. Daí em diante, vieram parcerias e contatos. “Fornecedores começaram a nos procurar, oferecendo produtos que enfatizavam a responsabilidade ambiental. Da mesma forma, começaram a chegar os clientes com essa mentalidade”, afirma Maira. Mesmo quando procuradas apenas por alguém que quer paredes e teto de forma estética e prática, as duas tentam incluir no projeto e no gerenciamento técnicas de sustentabilidade. “Muitas vezes, é uma opção nossa, que o cliente não necessariamente pensou ou imaginou que pudesse existir. Faz parte da nossa filosofia de trabalho”, explica Maira.

Cursos de especialização e um mestrado na Associação Nacional de Arquitetura Biológica (Anab), onde hoje elas dão aula, deram o embasamento necessário para a dedicação exclusiva à área. “Ainda há muita falta de informação sobre o que é a arquitetura sustentável. Muita gente ainda tem uma visão limitada do que é viver em harmonia com o meio ambiente, associando esse conceito ao modo de vida hippie, o que chega a afastar as pessoas”, diz. Mas, na verdade, a arquitetura sustentável envolve um gerenciamento que passa por todas as etapas de uma obra, inclusive, pensando naquilo que geralmente ninguém tem em mente na hora de levantar uma parede: o impacto e os resíduos que ela trará caso um dia seja derrubada.


Para ler a reportagem completa acesse o link 
http://cosmo.uol.com.br/noticia/56411/2010-06-23/arquitetura-sustentavel-da-planta-a-decoracao.html

Palestra do Cria Arquitetura na Semana da Sustentabilidade na Livraria Cultura


A Livraria Cultura, em parceria com o Instituto Baraeté, realizou entre os dias 17 e 22 de maio a I Semana de Sustentabilidade. O evento aconteceu na unidade do Conjunto Nacional, dentro do Teatro Eva Herz e da Loja de Artes . Especialistas de diversas áreas se reúniram para debater o que é sustentabilidade e de que forma ela está inserida no dia a dia das pessoas, na educação das crianças e nas empresas, além de setores da economia como arquitetura e turismo. 
O Cria Arquitetura foi convidado pelo Instituto Baraeté para ministrar uma palestra sobre Arquitetura Sustentável.  Fomos representados pela arquiteta Juliana Boer que falou sobre alguns cases do escritório.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Restaurante Campinas Decor 2010


Estamos na reta final do Campinas Decor 2010. Este é o último fim de semana da mostra e a última chance de conhecer o Restaurante da estufa, pois infelizmente teremos que desmontá-lo.
Nós do Cria estamos orgulhosos com o sucesso do espaço e gostaríamos de agradecer a todos que colaboraram com o projeto e ao Buffet Delisa.
Obrigado!!!



Foto estufa antes da mostra

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Restaurante Campinas Decor 2010 - Paulo Werneck



Esse ano pudemos contar com um parceiro muito importante, o designer e artista plástico Paulo Werneck proprietário do Galpão Contemporâneo, que desenhou as duas cadeiras presentes no salão. Os objetos e móveis do Galpão Contemporâneo, possuem design diferenciado com soluções inusitadas. Cada peça é trabalhada artesanalmente, uma a uma, imprimindo o gesto, o cuidado e o esmero que implica o “fazer” artesanal (como o Banco E que está no lounge do restaurante). Ligado a esse “fazer”, vem a ênfase de utilizar materiais naturais ecologicamente corretos em que Paulo trabalha a madeira valorizando sua tonalidade, texturas e formas.
Werneck pode aqui, nos mostrar outro lado de seu trabalho com o design delicado das peças utilizadas no restaurante. 

Por ocasião do lançamento do projeto Madeira Urbana foi encomendado ao designer um troféu em homenagem ao Dr. Hermes Moreira, que desenvolveu uma linda peça baseada na logomarca do projeto, utilizando as madeiras de poda urbana.